quinta-feira, 12 de julho de 2007

O Avanço da Desertificação


Gráfico publicado no Jornal O Globo, 5/nov/04
O avanço da desertificação

As regiões Norte e Nordeste do Brasil sentirão muito o impacto do aquecimento global nos próximos anos, o país pode ter a produção agrícola diminuída drasticamente com alteração nos fenômenos climáticos. De acordo com o estudo do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, em inglês), a Terra vai se tornar mais quente até o ano de 2100, o que significa aumento do nível do mar e catástrofes naturais mais intensas. "Ainda não foi feito um estudo no Brasil para definir com clareza as conseqüências, mas podem surgir furacões, o que atualmente não existe no país”, disse.

O caos climático global

A Europa será o primeiro continente a sofrer conseqüências do aquecimento global, segundo um estudo da Agência Européia do Meio Ambiente. De acordo com a mesma pesquisa, os invernos na Europa desaparecerão até 2080 e eventos climáticos extremos se tornarão mais freqüentes bem antes disso se o aquecimento global não for controlado.
O estudo disse que as temperaturas na Europa estão se elevando mais rapidamente do que no resto do mundo, com conseqüências potencialmente devastadoras, que incluem ondas de calor, inundações, elevação dos níveis do mar e derretimento de geleiras. As mudanças estão acontecendo tão depressa que os europeus deveriam estabelecer o quanto antes estratégias para se adaptar, alertaram os especialistas.
Conseqüências do aquecimento global

O aquecimento global pode trazer conseqüências graves para todo o planeta – incluindo plantas, animais e seres humanos. A retenção de calor na superfície terrestre pode influenciar fortemente o regime de chuvas e secas em várias partes do planeta, afetando plantações e florestas. Algumas florestas podem sofrer processo de desertificação, enquanto plantações podem ser destruídas por alagamentos. O resultado disso é o movimento migratório de animais e seres humanos, escassez de comida, aumento do risco de extinção de várias espécies animais e vegetais, e aumento do número de mortes por desnutrição.Outro grande risco do aquecimento global é o derretimento das placas de gelo da Antártida. Esse derretimento já vinha acontecendo há milhares de anos, por um lento processo natural. Mas a ação do homem e o efeito estufa aceleraram o processo e o tornaram imprevisível. A calota de gelo ocidental da Antártida está derretendo a uma velocidade de 250 km cúbicos por ano, elevando o nível dos oceanos em 0,2 milímetro a cada 12 meses. O degelo desta calota pode fazer os oceanos subirem até 4,9 metros, cobrindo vastas áreas litorâneas pelo mundo e ilhas inteiras. Os resultados também são escassez de comida, disseminação de doenças e mortes. O aquecimento global também acarreta mudanças climáticas, o que é responsável por 150 mil mortes a cada ano em todo o mundo. Só no ano passado, uma onda de calor que atingiu a Europa no verão matou pelo menos 20 mil pessoas. Os países tropicais e pobres são os mais vulneráveis a tais efeitos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) atribui à modificação do clima 2,4% dos casos de diarréia e 2% dos de malária em todo o mundo. Esse quadro pode ficar ainda mais sombrio: alguns cientistas alertam que o aquecimento global pode se agravar nas próximas décadas e a OMS calcula que para o ano de 2030 as alterações climáticas poderão causar 300 mil mortes por ano.


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